Gracie multitarefas
Enquanto o interrogatório continuava, Gracie manteve-se focada em seu trabalho, movendo-se com precisão e calma pelo quarto. Ajustou o soro, verificou a pressão e ajeitou o travesseiro de Derek, mas seus ouvidos estavam atentos a cada palavra trocada entre ele e os agentes. Por fora, parecia a imagem da serenidade profissional; por dentro, sua mente fervilhava. Cada frase dita por Derek era cuidadosamente analisada, comparada, questionada. Ela não conseguia afastar a sensação de que havia algo por trás daquela amnésia — algo deliberadamente escondido. Apesar de tentar manter-se neutra, Gracie sabia que já estava envolvida demais para se afastar.

Gracie Multitarefas
O agente questiona Gracie
No meio das anotações e perguntas, um dos agentes desviou a atenção para ela. “Enfermeira, estava de serviço na noite em que o Sr. Herman foi internado?”, perguntou, o tom firme mas curioso. Gracie congelou por um instante, o olhar fixo no tabuleiro de medicamentos à sua frente. A pergunta simples teve o efeito de uma faca cortando o ar. Não, ela não estava no hospital naquela noite — mas o que estava a fazer, exatamente? A lembrança atravessou-lhe a mente por um instante, e ela tratou de reprimi-la. Virou-se e respondeu com calma estudada: “Não, eu não estava a trabalhar naquela noite.” O agente assentiu, satisfeito com a resposta, mas Gracie sentiu um nó apertar-lhe o estômago. Havia algo nessa pergunta que soava perigosamente pessoal.

O Agente Questiona Gracie

